terça-feira, 12 de maio de 2020

Crime, Disse Ela

Entidade ao nível de um detective ou médico forense com um olhar clínico sem precedentes. A sua experiência ímpar garante que nenhuma pergunta é demasiado complexa, nenhum caso é demasiado violento e não há mistério algum impossível de resolver. Perante momentos gore, não pestaneja, tira apontamentos enquanto come fervorosamente pipocas. O reflexo do sexo feminino perante qualquer filme, livro ou história de crime contada no vão de escadas pela vizinha Ludovica.

Desde tenra idade a mulher mostra sinais de algum défice no campo da repugnância. Do ponto negro no nariz do namorado que ela sente ter que fazer explodir ou vai ter um ataque de ansiedade, ao assistir a séries de assassinos em série, avaliando as fotos dos defuntos como se fosse mudar a narrativa do episódio por descobrir algo novo naquele cadáver decomposto, nada a impressiona. Sabe-se lá donde vem este estômago de ferro. Pode ser que esteja relacionado com mensalmente sermos uma pinhata de resíduos grotescos, ou sei lá, sermos capazes de criar pestanas num embrião enquanto comemos torradas.

Se pensam que é uma casualidade que todas as livrarias tenham destacadas no centro a temática de crime e que a Netflix esteja a desenterrar a história de cada indivíduo que, em algum momento, matou um gato a grito, para fazer um documentário de dez episódios, enganam-se! As mulheres são grandes consumidoras da temática, pois gostam de resolver mistérios e lidar com problemáticas que parecem impossíveis de resolver. Metade das relações que uma mulher tem ao longo da vida, fundam-se na premissa de poder moldar aquele projecto de homem, em alguma coisa que se preze. Começam por tentar decifrar o mistério de determinado galã estar solteiro, sendo este, tão bem parecido; e, ao começar uma relação, acabam por lidar com as problemáticas, desencadeadas, entre outras coisas, pelo facto de ele ser um sociopata, ou dos pés lhe cheirarem a peúgas centrifugadas com cozido à portuguesa. Mas, como qualquer caso (de mau aproveitamento de tempo) criminal, chega a altura de encerrar o caso e arquivar o expediente daquele ser inanimado, a quem abanámos com um pau por algum tempo, a ver se mexia.

Poderiam intuir, então, que somos perigosas. Afinal de contas, alguém que faz um bailinho celebrativo por anunciarem outra temporada de Mind Hunters e vê cada episódio a um palmo do ecrã, pode ser que saiba o suficiente de assassinos em série para a vossa vida estar em risco. Não temam meus caros. Gostamos de estar informadas, porque, caso não saibam, historicamente, as mulheres têm uma tendência a ser o sexo lixado. Não fazemos intenções de sujar as mãos ao desbarato, mas se soubermos as manhas todas dos grandes cérebros do crime, estamos um passo mais perto de nos defendermos e matar o coronel mostarda, na biblioteca, com um candelabro, do que se ficarmos quietas a ver se chove (vá...isso...e somos um bocado sádicas).

18 comentários:

  1. Estamos sempre prontas para um grande mistério :p

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  2. A minha Netflix só passa séries espanholas e mexicanas, sobre narcotráfico 😞

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    1. Magui...deveria preocupar-me? xD
      (mas sendo sincera em tempos de crise o narcotráfico parece-me uma área de investimento sensato...xD)

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  3. Nao percebo bem porquê mas até que me revejo em algumas coisas 🤔🤔🤔

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  4. Ora, diz-me lá, se não formos nós a defendermo-nos, quem nos defende? Claro que temos que estar sempre um paço à frente, é informação que já vem no cromossoma x da nossa mãezinha :D :D

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    1. Ora bem...ninguém nos ensina a usar uma catana de pequenas, temos que nos amanhar com o que há xD

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  5. Será por isto que tantos dos grandes escritores de policiais são mulheres?

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  6. Agora fui em imaginação até à minha juventude, aos livros, aos filmes.

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    1. Volta e meia temos que viajar na imaginação...haverá coisa melhor? =)

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  7. Normalmente opto por outro tipo de histórias, mas sim já vi algumas destas. Pior é quando são reais

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    1. A netflix agora é só documentários de histórias sádicas reais...assusta!

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  8. Bom dia:- Não ligo muito a filmes. Sou mais de documentáreis do género Odisseya, Discovery,...
    .
    Saudações poéticos
    Proteja-se.

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    1. São opções saudáveis caro Ricardo =)
      Uma boa semana

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  9. Vais-me desculpar. Só para emendar a asneira de cima. Não é paço, é passo. :)))

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    1. Cara Alexandra, a sua foto de apresentação é diferente do comentário anterior...e como tal a gerência deste blog não pode aceitar esta correcção. Terá que viver com o tormento de ter escrito paço.
      Um bem haja xD

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