O amor. O pináculo da existência
humana. Proclamado desde os primórdios como a solução para todos os nossos
problemas e o que nos elevará quanto seres humanos (vá, primórdios não, que na
Bíblia a Maria Madalena entalou-se um bocado, mas, também, alguém tinha de testar a
teoria).
O amor, como qualquer substância perigosa devia ser tomado em
quantidades meticulosamente estipuladas. E, agora, dirão os sépticos: “está
parva, nunca há tal coisa como demasiado amor!”. Ao que lhes respondo: sabem
quando estão a comer aquela Oreo cheia de graça e por acidente viram o pacote e
descobrem que a dose recomendada diária é um quarto de bolacha e pensam, “estão
parvos! Vou comer o pacote inteiro para que aprendam!” e depois, pumbas,
diabetes! Ora aqui têm o Universo a enfiar-vos goela abaixo 10 quilos de Oreo
com o cabo da vassoura.
Para os que estão confinados em
casa com os seus cães e pensaram, “ai que solidão, ai que tramado tudo isto”,
agradeçam. Porque, se o vosso cão tem gases vocês podem abertamente gritar-lhe
ofensas, fechá-lo numa divisão e ainda rir-se na cara dele. Agora, esperem que
a vossa adorável mulher deixe escapar um peidinho, riam-se na cara dela,
digam-lhe que cheira a carcaça de cavalo morto ao sol e fechem-na na casa de banho, a
ver o que acontece (lembram-se da Maria Madalena? Pois, os que tentarem isto
também vão ser “cobaias de teoria”). A vida confinada em casal faz-nos ver
detalhes até então ocultos pelo controlo dosificado da relação e, acaba, por
dar azo a uma panóplia de conversas mentais que nunca vão poder ver a luz do
dia:
“Ele sempre fez aquele som ao
mastigar?”…”Aquilo a espreitar é um pelo do nariz ou um macaco?”…“Odeio a maneira
como respira”… “Ah, desculpa, não tinha percebido que o acumular de pó era para
que isto parecesse parte do filme A Múmia!”… “Sim, sim, eu sei, ias fazer isto
agora mesmo”… “Já te levantavas e fazias tu o jantar hoje, não?”… “Estou
aborrecida, se calhar estaria bem discutir pela roupa que não pôs a lavar.
Fácil de ganhar e entretida, posso meter ainda a dica que foi mal educado pela
mãe, ui essa dói-lhe sempre.”… “Não podes cantar com a tua voz interior? Não?
Ah, pois, a Rihanna ainda não tinha alcançado o falsete. Agora temos os cães do
vizinho a ladrar. Boa!”… “Se eu fosse solteira estaria a comer melhor, se ficar gorda
a culpa é tua”…”Epah baixa a tampa da sanita por uma vez, és um T-rex? As
mãozinhas não chegam?”… “Vais ser um velho insuportável” …”Já somos ricos? Não?
Pensei que te pagavam para jogar ao computador tantas horas”... “Desse o
Estado um subsídio por ter paciência” … “Quero que me motives a não comer como
uma marmota e me motives a fazer exercício, mas tudo sem me chamar gorda, nem
piar quando agarrar no frasco de Nutella!! Mas porque é que não percebes!?”… “Não sei
se és tu ou esse pijama que cheira a mofo”...
Não caríssimos, não estão sós
nesta labuta! Mas, pode ser que fiquem quando isto acabar, se as coisas continuam a descambar. Eu cá acho que
quando anunciarem o fim da quarentena saio pela janela em êxtase, ignorando em
absoluto o facto de viver no terceiro andar.
Esta quarentena estende-nos todo um novo filtro de análise!
ResponderEliminarE dos chatos...
Eliminar🤣🤣🤣🤣 quarentena a quanto obrigas
ResponderEliminarObriga a comunicar e a comer...é uma maçada...
EliminarA imagem diz tudo xD
ResponderEliminarOra bem xD
EliminarCrazy cat lady's no seu habitat natural :D
ResponderEliminarHá uma crazy cat lady em cada uma de nós =P
EliminarVerdade. Mas ser solteiro em quarentena também não é simples, mas sim... é mais saudável. Esta aborrecido é 10x melhor que à beira de um ataque de nervos. E vivo numa casa grande, com quintal e horta (que eu passo meses sem pisar).
ResponderEliminarBoa sorte com isso para quem vive em apartamento. ;)
Aimmm um quintal e uma horta...gente fina é outra coisa...eu tenho que esticar uma perna fora da minha rica janela de terceiro andar, emborrachando-me toda (janelas estúpidas antigas que abrem para cima e só a meia haste), para que o sol alcance o meu dedo gordo do pé.
EliminarAiiii que isto acabe jááá