Amesterdão, para muitos, é a
oportunidade de experimentar estupefacientes e acreditarem pavimente que são
uns rebeldes por o fazer. Para outros é observar (de lado e com ar indiferente
se sozinhos, confiante e directo se com amigos e como um burro com viseira se
com a namorada) profissionais confinadas em espaços mínimos, embelezadas por
néon vermelho. Podia isto ser perfeitamente a descrição de trabalhadoras de um
call center da Vodafone a ser iluminadas pelo néon clássico da sua companhia,
mas confio que o vosso raciocínio consegue concluir que o pacote oferecido é
distinto e sem chamadas ilimitadas.
Amesterdão, para outros, é das
cidades com mais museus do mundo. Panoramas dignos do grande ecrã, em que a
beleza dos canais com pequenas pontes que os atravessam cheias de flores e o
rodopio de bicicletas faz deste destino uma paragem obrigatória.
Mas, para mim, Amesterdão é onde tenho o meu poiso.
Quando um individuo vive nesta
cidade a beleza dela reside na capacidade de esquivar bicicletas, o eléctrico quando nos tentamos esquivar das ditas bicicletas, ou o canal quando
estamos prestes a testar a temperatura da água com a testa e a bicicleta ainda
entre as pernas. Aqui o quotidiano propõe alegres desafios como jogos que
carinhosamente apelidamos de “muita sorte tens tu se te sobrarem dentes quando
comeres o lancil” ao pedalar com neve e ventos que metem um tornado na
categoria de “brisa marítima”. Isto enquanto odiamos o simples facto de cada
turista respirar.
Enche a alma sentir que tirar
aquela ramela matreira do olho direito com a unha do mindinho pela manhã já vai
para além dos requisitos mínimos estabelecidos pela sociedade para estar
apresentável perante outros seres humanos e ir de pijama ao supermercado só será
um impedimento se tiver a chover e for molhar as pantufas por dada acção. O feitio
relaxado e a clareza das prioridades é contagiante e torna-se plausível que perante uma quarentena as filas e
cenários de estalo e bofetada não sejam para comprar papel higiénico, mas sim
para garantir o stock da ganza que precisamos para aguentar o consumo de séries de terceira categoria da Netflix durante dito período.
Contudo, em primeira instância
está a beleza irrefutável de nunca estarmos doentes. Nem um espirro vão ouvir
desta boca enquanto viver aqui. Tive uma hérnia e enfiei-a para dentro com uma
colher de pau e pedi-lhe silêncio como bom órgão em cativeiro. Aqui ligar a uma
mera ambulância vai para lá dos 400 euros e, meus amigos, je suis
emigrante e não dá cá para limusines brancas com luzinhas de discoteca no tecto,
se doer eu rebolo para o hospital e eu mesma me amanho com um tutorial de
Youtube e um par de episódios de Grey’s Anatomy.
Amesterdão seria a cidade perfeita se
o verão durasse mais que uma hora e trinta e dois minutos numa tarde de Agosto,
nos deixassem sair à rua de bazuca para acertar o passo a cada turista que
insiste em procurar o museu da Anne Frank em cada ciclovia da cidade e
encontrar uma renda acessível não fosse uma sequela de baixo orçamento à
Missão Impossível.
[Vá...confesso que amo esta cidade...]
[Vá...confesso que amo esta cidade...]
Entre fazer mal as coisas ou fazer perfeitamente Nada, a segunda opção é a mais indicada.
ResponderEliminarSeja bem vinda!
Jrd ainda por aqui mas sem escrever? Obrigado pela visita =D
EliminarUma das cidades que gostaria muito de conhecer. Talvez um destes dias, no depois, seja possível
ResponderEliminarSim Redonda tens que vir que vale apena, é uma cidade incrivel! Mas no verão tá?
EliminarAmesterdão é uma das minhas ambições. Tanta história para explorar!!
ResponderEliminarÉ uma cidade de mil aventuras, tens que vir =)
EliminarComo gostava de conhecer essa cidade *-*
ResponderEliminarVá quando passar esta confusão toda vem visitar =)
EliminarXiiiiii voltaste em grande. Cidade linda demais
ResponderEliminarVoltou mesmo em grande, a malandra. E exactamente no mesmo tom que a gente adora. Dá-lhe, bichinha!
EliminarAdoro a Hema! :D (E descobri há pouco tempo que os vernizes têm uma óptima relação qualidade/preço) :)
ResponderEliminarAinda estás em Viena? Ai também há Hema? ahah...fazer publicidade a ver se dão uns vernizezinhos à malta =P
EliminarSim, sim sempre em Viena, especialmente agora! E sim, sim, a Hema abriu cá no ano passado e já lá comprei montes de coisas super giras: comecei por descobrir brinquedos em madeira para os meus sobrinhos, entretanto comecei a desencantar cenas giras cá para casa!
ResponderEliminarEfectivamente lá há de tudo...cuidado não vás criar ai uma adição =P
EliminarA minha primeira casa fora de casa. Eram 2005. Valha-me Buda que me deu saudades agora. De qq maneira estou a uma pandemia e um saltinho de comboio de chegar aí.
ResponderEliminarEm la indo desafio-te para um copo.
Pusinko :)
PS Ainda bem que voltaste.
Pusinkooo ataquei o teu blog via comentário e via email porque não sabia como chegar a tiii...obrigado pela visita, soube bem ter uma "cara familiar" por aqui =)
EliminarQuero esse copo!! Fica a promessa =)
Nunca saí de Portugal. Espanha não conta, aquilo não é bem outro país. Mas este ano desafiei uma amiga para viajar e o que acontecer? Veio uma epidemia geral e nem os aviões levantam voo!
ResponderEliminarParte de mim sente-se culpada por ter interferido com o destino da humanidade, outra parte a sarcástica, acha que foi o curso normal da história.
Isto para dizer que, um dos destinos em cima da mesa ERA Amesterdão. Até porque não me lembro se os Países Baixos, antiga Holanda (que fiquei a saber que mudou de nome recentemente) terão outras cidades!?
Há outras cidades por aqui sim, um moinho aqui e uma tulipa ali, mas nadaaaa que vendendo um rim não possas visitar estando em Amesterdão (os comboios são a coisa mais absurda de preço que alguma vez se viu).
EliminarQuanto ao viajar, acho melhor, para todos, que fiques em casa, por via das duvidas, porque eu quero viajar este ano e isto está a lixar-me os planos todos.